quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Papo na Rede com Juninho

Olá, torcedores... Estamos de volta com o nosso Papo na Rede! O entrevistado da vez é o nosso "ponteiro-oposto-cubano" Valdir Júnior, mais conhecido como "Juninho". No bate-papo o atleta fala qual foi o momento da sua vida que decidiu jogar vôlei, como tem sido a experiência de jogar de oposto, o que passa na sua cabeça nos momentos de pressão do jogo, fatores que podem influenciar o psicológico do atleta durante a temporada e muito mais. Está incrível a entrevista, torcida! Não deixe de conferir...

P.S.: infelizmente, durante a realização do Papo na Rede uma forte e inesperada chuva começou a cair na cidade de Montes Claros, o que provocou um grande barulho na entrevista. É possível ouvir o bate-papo apesar do chiado, mas de qualquer forma todo o Papo na Rede está na transcrição logo abaixo.

Entrevista com o atleta Valdir Júnior, o Juninho, do Montes Claros Vôlei. Montagem: Orkutorcida.
Assista ao Vídeo da Entrevista


Leia a Entrevista Transcrita

Valdir Júnior - Juninho (MOC Vôlei).
Foto: Fredson Souza.
Juninho, você foi um dos primeiros atletas a cair nas graças da torcida, porque tem um salto muito alto e um ataque bastante agressivo, que parecem muito com o estilo cubano. Onde você nasceu e qual foi o momento da sua vida que você decidiu que queria seguir a carreira de vôlei?
Primeiro, obrigado pelo convite. Eu sou de Marília, interior de São Paulo. Eu vivi lá até os meus 15 anos mais ou menos, quando eu saí para jogar. Eu comecei a jogar vôlei porque na verdade meu pai sempre me influenciou a praticar todo tipo de esporte. Então foi uma escolha natural. Depois eu assisti à primeira olimpíada que o Brasil ganhou, eu disse: "cara, esse aí é um esporte que eu me daria bem". E na escola meu professor de educação física me levou e me perguntou se eu não queria fazer um teste. Uma coisa foi levando à outra e hoje estou aí.

Juninho Montes Claros Vôlei.
Foto: Fredson Souza.
Antes você já chegou a pensar em atuar em outra profissão?
Como qualquer menino do interior você pensa em jogar futebol (risos). Meu pai sempre jogou futebol. Mas eu fui me desenvolvendo muito rápido, fiquei muito alto. Então eu fui para a posição de zagueiro, e eu não tinha muito vontade porque meu negócio era "correr". Fui para a posição de volante, só que tem que treinar muita corrida na parte física e eu detesto correr. Faço qualquer coisa de preparação física, menos correr (risos). Então fui para esportes mais parados, como o basquete, handebol e terminei no vôlei.

Você veio com o objetivo de ser ponteiro, mas acabou sendo oposto temporariamente. Você imaginava passar por esse momento? Como está sendo a experiência?
Não é a primeira vez. Na verdade, desde que me tornei adulto, em todas as equipes que passei eu joguei de oposto na temporada. Sempre fui contratado como ponteiro, mas sempre em certos momentos joguei como oposto. O Marcelo já tinha falado comigo antes da temporada começar que se precisasse iria usar na posição. O ruim é que isso aconteceu devido às lesões do Canha e do Wagner.

Juninho, a torcida gosta de vibrar do começo ao fim e gosta quando o jogador faz isso. Mas ao mesmo tempo existem aqueles que são mais "na dele" e nem por isso jogam mal por causa disso. Em qual perfil você se encaixa e o que você pensa sobre esse assunto?
Eu sou bem equilibrado, depende muito do jogo. Normalmente, quando eu começo a partida, eu inicio um pouco mais quieto, porque eu estou muito mais concentrado. Mas quando você vem do banco você normalmente percebe que precisa de alguém que fale um pouco mais e geralmente eu puxo mais a equipe quando venho do banco.

Juninho e torcida de Montes Claros.
Crédito: Orkutorcida.
A torcida também gosta quando o jogador comemora, olha para a plateia, faz aquela "cara de mal" e chama para a partida. Você, enquanto atleta, em qual momento acredita que seja o ideal para fazer isso?
Pra mim é mais natural quando eu faço um ace, que é mais difícil de acontecer, e quando eu bloqueio. Às vezes quando eu passo também, mas não acredito que tenha um momento específico, vai mais do calor do jogo mesmo. Não é uma coisa que o atleta pensa: "não, agora eu vou olhar para a torcida". Às vezes é um ponto simples, que ele esteja muito bem no momento e aí vibre com a galera.

Durante as partidas, nos momentos de pressão, o que se passa na sua cabeça?
Eu tento não pensar em nada, esvaziar ao máximo a cabeça. Porque são nesses momentos que o instinto age. A gente tem uma coisa que se chama "memória motora", que adquirimos conforme treinamos na base. Então, nesses momentos difíceis o cérebro já sabe o que tem que fazer. Quanto mais você deixar sua mente tranquila e relaxada, mais tem a chance de dar certo. Quanto mais você se preocupar com o momento, pior, porque não consegue se concentrar no que realmente precisa fazer.

Durante a temporada, quais os fatores psicológicos que podem influenciar diretamente na performance do atleta?
Não é o caso daqui, mas fatores financeiros, como atraso de salário; algum pessoal da família; eu já joguei em lugares que não têm torcida e isso é muito ruim, porque parece que você está treinando; lesão; essas coisas atrapalham muito a concentração.

Montes Claros Vôlei na Superliga 2015-2016.
Crédito: MCV.
Você citou a torcida. Então, essa impressão de que às vezes, porque nós torcedores teorizamos mil coisas nas derrotas, nos momentos tensos da partida o time parece não se importar com quem está ali, isso não existe, não é? Sempre vai gostar de um apoio...
Ah, com certeza! Nenhum atleta do mundo gosta de jogar sem torcida. Porque na verdade a gente trabalha para vocês. A nossa função é fazer o espetáculo para a galera e fazer isso para ninguém é frustrante. É horrível. Às vezes vocês percebem que estamos tensos, que não estamos interagindo tanto, mas é muito mais pelo momento do jogo, que é difícil, e as coisas não estão dando certo. Tenham certeza também que quando vocês gritam pra gente nos momentos de pressão alivia muito. É muito bom jogar em um lugar que tem uma torcida tão presente.

E o que mais te motiva?
Hoje em dia, falar em motivação, é sempre buscar o meu melhor. Antes eu tinha alguns objetivos, que era jogar em time grande, que eu já consegui fazer; ganhei o título de Superliga, que é uma coisa que não sei se vai acontecer de novo comigo; então eu foco muito mais no que eu consegui para poder continuar conquistando coisas boas ou de almejar algo que eu não consegui.

Atleta Juninho revela vício em videogame.
Aqui em Montes Claros não tem tantas opções como em São Paulo, por exemplo. Então, em seus momentos de folga o que costuma fazer?
Cara, eu sou viciado em videogame (risos).

E parece que tem muitos atletas que são (risos).
A maioria, porque não temos muito o que fazer. Às vezes chegamos muito cansados do treino e você quer ficar em casa.

Geralmente é qual estilo de jogo?
Eu gosto muito de jogo de tiro. "Call of Duty", "Battlefield"... esses aí. Eu sou bem "nerdzão" nessa "vibe" (risos).

Caminhando para a parte final, umas perguntas rápidas para saber um pouco mais sobre seu perfil:
TRANQUILO OU AGITADO: eu gosto de lugares agitados, mas eu sou uma pessoa bem tranquila;
UMA MANIA: jogar videogame (risos);
UM AMIGO: meu pai;
NA SUA BAGAGEM NÃO PODE FALTAR: jogo no celular (risos);
ELEMENTOS PARA UM DIA PERFEITO: estar com a pessoa perfeita, um lugar bacana, rodeado de amigos... sei lá (risos);
UM SONHO NA SUA VIDA PESSOAL: quero muito ter minha casa, constituir família e um dia poder passar o que eu aprendi no vôlei para alguém. Não necessariamente um filho, mas alguém que precisa.

Juninho responde às perguntas da Orkutorcida. Crédito: Orkutorcida
Foi muito bacana conhecer o lado pessoal do nosso atleta Juninho. Grande profissional e grande pessoa que nos atendeu prontamente e agradecemos mais uma vez pela atenção. Que tudo continue dando certo no MOC, Juninho. Grande abraço da Orkutorcida, valeu!

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