quarta-feira, 6 de abril de 2016

Papo na Rede com André Nascimento

Olá, torcedores! Estamos de volta com o nosso último Papo na Rede da temporada 2015-2016 do Montes Claros Vôlei. E, para fechar literalmente com chave de OURO a maratona de entrevistas, batemos um papo com o nosso oposto campeão olímpico André Nascimento. Na conversa o atleta nos contou como foi sua saída da seleção brasileira, como foi defender o MOC, falou sobre seu perfil, quanto tempo pretende ainda continuar no esporte e muito mais. Está imperdível a entrevista, vale a pena conferir...

Entrevista com André Nascimento, Montes Claros Vôlei. Montagem: Orkutorcida.
Assista ao Vídeo da Entrevista



Leia a Entrevista Transcrita

André Nascimento na seleção.
Com relação à seleção, você deixou no ar sobre sua saída para os torcedores. Porém, no documentário "Ouro, Suor e Lágrimas", ficou subentendido que foi por questões familiares. Explica essa história um pouco pra gente.
Primeiro obrigado pelo convite, um prazer falar com vocês. Isso aí pesou muito o lado da família. Depois de Pequim eu queria dar uma pausa realmente porque fiquei 15 anos me dedicando à seleção, sem férias... Eu já tinha em mente uma folga, uma pausa, e depois retornar para a seleção. Mas só que nesse meio tempo nasceu o meu filho. Então foi um momento muito importante pra mim. Estava esperando muito isso e queria vivenciar ao máximo esse momento. Eu fui curtindo a minha família e acabei não retornando. Não me arrependo porque com certeza foi um período muito legal. Eu considero o meu filho a minha melhor medalha que eu tenho até hoje.

Canha no Montes Claros Vôlei.
Foto: Fredson Souza.
Você está há um bom tempo no esporte. Como você faz para manter a motivação depois que já se conquistou tanto?
Cada momento é diferente, independente daquilo que você passou. São fases diferentes. Apesar de eu ter passado por muitas situações elas são sempre novas. Sou um cara mais experiente. Minha condição física é outra. Pessoas diferentes, projetos diferentes. Com certeza isso me motiva muito. O vôlei foi o que fiz praticamente a minha vida toda, me dediquei ao máximo e não tem nada mais do que essa motivação de continuar.

Nessa trajetória de conquistas, André, muitos atletas acabam se perdendo. Se deixam levar quando já se subiu ao lugar mais alto do pódio. Mas você se destacou por ter conseguido manter a sua identidade, sua essência, seus valores. Tem alguma estratégia? Qual o segredo para manter essa postura?
Não, esse aí é meu jeito, vem de família mesmo (risos). Meus pais me ensinaram muito isso e eu tive esse privilégio de aprender, de guardar isso pra mim. Com certeza aprendi muito ao longo dessa temporada com o vôlei não só dentro da quadra, mas fora de quadra você aprende muita coisa: conviver em grupo, saber respeitar o outro, porque com certeza você fica muito tempo junto e aprende a se virar sozinho. Você sofre um pouco, mas aprende. De não subir a cabeça é de educação e isso também não leva a nada. Tem uma frase bacana sobre a humildade: "humilde não é ser menos do que alguém, é saber que não é mais que alguém" (Carlos Hilsdorf). Eu levo isso comigo para a minha vida, em tudo que vou fazer.

André e Bob no MCV.
Foto: Montes Claros Vôlei.
E como foi jogar no Montes Claros nessa temporada? Como foi com o grupo, o que você achou?
Eu tenho só que agradecer. Com certeza Montes Claros praticamente me abraçou no momento que eu já estava há um tempo parado. Eu queria resgatar isso, queria voltar à forma física, ter esse contato com a torcida, com os fãs, com os jogadores... Então com certeza foi um ano muito bacana pra mim. O grupo nem se fala. Cada atleta. Foi muito bacana fazer parte desse grupo. Todos, sem exceção, foi muito legal de trabalhar. O projeto de Montes Claros está no caminho certo. Tem tudo pra crescer ainda mais. Tem tudo pra conseguir ir mais longe.

Como você começou no esporte, alguém te descobriu, como foi?
Eu comecei em Juiz de Fora. Eu nasci no Rio, mas fui criado também em Juiz de Fora, onde conheci o vôlei. Acabou que minha turma da rua, do colégio, gostava muito de vôlei. A gente era muito "fominha". Tinha um campo de terra lá, juntávamos uma galera, colocávamos uma rede e batíamos uma bola. Meu primo, que disputava alguns campeonatos regionais, foi um dos incentivadores, que realmente falou para eu procurar um clube, que eu tinha potencial e gostava. Foi o pontapé para eu me dedicar mais ainda.

André Nascimento.
Crédito: Orkutorcida.
Pelo que acompanhamos de tudo até agora, nós não nos recordamos de ter visto você nervoso. Está sempre sorridente, carismático... Tem alguma coisa que te tira do sério? (Risos).
Eu também fico nervoso, senão... (risos), pode até não transparecer. Mas me tirar do sério é realmente muito difícil. Eu sou um cara muito tranquilo, sereno. Procuro manter essa tranquilidade. É uma característica minha já, natural. Não só dentro de quadra, mas também fora de quadra eu sou tímido, não sou de falar muito (risos).

É uma pergunta clichê, mas o que você gosta de fazer fora das quadras?
Estar junto com a minha família, brincar com meu filho, praticar esporte com ele: tênis, vôlei. Gosto muito de música também. Quando eu tiver um tempo quero me dedicar mais ainda à música. Gosto bastante.

Com a performance que a gente viu nessa temporada percebemos que o seu voleibol continua em alto nível, tem muita bola pra queimar. Então, a curiosidade nossa é se você pretende continuar, se já tem um clube em vista, se é o Montes Claros... (risos).
(Risos) Primeiro obrigado pelo elogio. Eu acho que a minha preocupação maior de voltar a jogar fisicamente. Foi bem legal isso, eu consegui controlar bastante, além dos jogadores me incentivarem muito, novos, que já estavam "no gás". Mas foi bem recente. Acabou tem uma semana e com certeza vamos conversar ainda sobre isso. Independente de qualquer coisa somos profissionais. Eu não sei pra onde eu vou, a gente fica naquela ansiedade: pra onde eu vou, se vou renovar, como vai ser. Mas igual eu falei, me senti muito bem aqui...

Mas você pretende ainda continuar por alguns anos...
Não sei, muitos anos depende (risos). Umas duas ou três temporadas no máximo (risos). Pretendo sim continuar. Uma renovação aqui seria bem-vinda.

Perguntas rápidas:
DIA MARCANTE: o nascimento do meu filho;
ÍDOLO NO ESPORTE: ídolo... não tem, mas o que me motivou foi a seleção de Barcelona, de 92. Ver eles sendo campeões olímpicos, sabe? Aquilo ali me motivou a querer ser também um campeão.
BATMAN OU SUPERMAN: (risos) ah, Superman, claro (risos). O nome do meu filho é Kalel, pra quem conhece mesmo a história (do Superman) já sabe (risos);
PRATO PREFERIDO: feijoada;
UM LUGAR PREFERIDO: Florianópolis. Fora do Brasil eu gostei muito do Japão. Um país que gostei bastante pela cultura, bem desenvolvido, bem legal;
UMA MENSAGEM FINAL PARA A TORCIDA: eu queria primeiro agradecer por tudo que foi esse ano. Muito legal. A meu ver, foi muito positivo. Fiquei muito feliz, porque um dos nossos principais objetivos era resgatar a torcida, o vôlei de Montes Claros, retomar o cenário nacional. A gente conseguiu contagiar isso, acender um pouquinho a chama para os próximos anos a gente conseguir alcançar mais alto. Dizer que estou muito feliz, parabenizar vocês (Orkutorcida) pela dedicação, pela torcida. Vocês sempre torcendo do início ao fim, independente do resultado vocês estavam ali firmes com a gente. Valorizar muito isso que foi bastante importante e nos motivou muito.

O Canha é entrevistado pela Orkutorcida. Foto: Orkutorcida.
A gente agradece pela temporada, André. Você fez história em Montes Claros porque foi o primeiro campeão olímpico a fazer parte desse projeto. Agradecemos porque você veio e mostrou por que é o "Canha" (risos). Não sabemos como vai ser o futuro, mas a nossa torcida é por renovação. Vamos ver o que tem por aí. De qualquer forma fica o nosso agradecimento. Nos tornamos ainda mais fãs depois que conhecemos. Grande pessoa. Boa sorte na sua caminhada, será sempre o nosso ídolo brasileiro. Abraço da Orkutorcida, André!

Nenhum comentário:

Postar um comentário